Hipnose total
Os espíritos foram invocados na Parede, a 7 de Setembro, pelo trio que vem criando uma música xamânica de carácter urbano já tornada em objecto de culto. Delírio iluminado a vermelho e negro.
Os espíritos foram invocados na Parede, a 7 de Setembro, pelo trio que vem criando uma música xamânica de carácter urbano já tornada em objecto de culto. Delírio iluminado a vermelho e negro.
Começou da melhor maneira a nova temporada de concertos na incontornável SMUP. Um francês, uma japonesa, uma portuguesa (esta muito especialmente) e três noruegueses (idem, idem) fizeram-nos ansiar pelo que aí vem…
E lá se cumpriu mais uma edição do festival da Gulbenkian, a 33ª, este ano marcada pela omnipresença da guitarra eléctrica. Foram 14 os concertos em 11 dias, sem interrupções, com muito boa música a desafiar as fronteiras de género e estilo. Aqui fica a reportagem de quem não foi a banhos e ficou feliz com isso.
Dois trios da Noruega passaram pela SMUP e ilustraram os novos caminhos por onde passa a actual improvisação. Assumidamente idiomática, uma com o punk e a outra com o folclore como linguagens adoptadas e transformadas de dentro para fora.
Nem o calor, o futebol e os concertos gratuitos nas imediações do Porto demoveram o público a assistir à 25ª edição do ciclo de jazz da Fundação de Serralves. O programa mostrou algumas das muitas tendências do jazz actual, todas elas efusivamente aplaudidas.
O gnration dedicou a edição deste ano do seu ciclo de jazz a Ornette Coleman, convidando as formações participantes a interpretar o grande mestre. Foi uma bela homenagem, com Hugo Carvalhais a deslumbrar.
O festival da Granular voltou este ano a acontecer na ZDB, em Lisboa, perante plateias cheias e com concertos regra geral de grande qualidade. Foram sete em duas noites apenas, numa mostra da diversidade da improvisação experimental que por cá vai acontecendo. A jazz.pt ouviu, viu e conta como foi…
Oito concertos com formações de outros tantos países europeus voltaram a ocupar o jardim do Goethe Institut, em Lisboa, nas duas primeiras semanas de Julho. E desta vez houve músicos que fizeram questão de tocar com as aves que por esta altura do ano ali andam. Reportagem para ler em baixo…
A estreia de Lucía Martínez na direcção artística do festival de jazz de Vigo fez-se da melhor maneira. Aki Takase, FronTTon, Nani García Cinematojazzia e Frank Gratkowski estiveram entre o melhor a que a jazz.pt assistiu na Galiza…
Três solos com três nomes distintivos da improvisação internacional e três diferentes abordagens da música numa única sessão da série Microvolumes da Sonoscopia. Sons electrónicos misturaram-se com os sons da cidade, uma bateria desfez para tornar a construir e um bombo serviu para criar uma atmosfera de ficção científica. Um final de tarde e um início de noite no Porto.
Luminárias do jazz como Ron Carter, Wallace Roney, Roy Haynes e o próprio McCoy Tyner tocaram no Central Park, em Nova Iorque, num tributo ao pianista que reforçou a imponência e o charme da música de John Coltrane. Chovia torrencialmente e a jazz.pt resistiu o quanto pôde. Valeu a pena.
Com a presença de programadores de festivais europeus e alguns dos mais importantes críticos do Velho Continente, a Mostra de Jazzes na Parede levou à SMUP muito público e foi um sucesso. O que se pretendia era exportar a nossa música e essa aposta foi ganha: alguns dos grupos que se apresentaram foram já contratados…
Dois dos mais importantes nomes do jazz criativo da actualidade vieram a Portugal entre um concerto em Espanha e outro na Áustria para uma apresentação exclusiva na SMUP. Nada nos preparara para o que se ouviu: um free / hard bop impregnado de funk, rhythm & blues e até house que instalou a festa.
Promovido como se fosse a nova coqueluche da América, o saxofonista veio a Portugal para nos provocar uma desilusão. Se o triplo álbum “The Epic” até agradou, ao vivo, no Tivoli, a música que nos deu a ouvir foi bastante desinteressante, com muito “biz” e pouco jazz, muito teatro e pouca substância.
A dupla do Porto foi à SMUP apresentar a sua música por computador criada com os processos e as estratégias da improvisação. Com projecções de luz e entre nuvens de fumo, fizemos uma viagem em que ouvimos a harpa de Angelica V. Salvi, objectos quotidianos amplificados e até tambores apaches convertidos ao techno.
Oriundo de Amesterdão, um dos mais cativantes projectos da actualidade do jazz está em digressão por Portugal e dará ainda um salto à Galiza. Com uma particularidade: o trompetista Luís Vicente junta-se a Gonçalo Almeida, Tobias Klein, Jasper Stadhouders e Philipp Moser nesta investida de metal-jazz pelo lado mais ocidental da Europa. Fomos ouvi-los à Parede e ficámos – todos no público – de boca aberta.
Quando o grupo escandinavo começou a tocar, no jardim de uma vivenda da Parede, levantou-se uma súbita ventania. No fim, nenhuma folha de árvore mexia. No propósito de contrariarem o enfraquecimento da energia termodinâmica anunciado pela ciência, os cinco músicos proporcionaram-nos uma experiência de magia. Foi estranho, muito estranho. E muito bom também.
Dois duos na Sonoscopia, Porto, representativos das novas correntes da improvisação. Um ofereceu uma música fragmentária e feita de desintegrações, feita com trompete e electrónica, o outro combinou explosões enérgicas e silêncios, com um acordeão e um saxofone soprano. Era um avião a passar? Não, não era.
A jazz.pt assistiu àquele que é um dos mais importantes festivais de jazz do mundo, este ano com duas representações portuguesas, a de Susana Santos Silva, em duo com Kaja Draksler, e a do LUME de Marco Barroso. Aí se ouviu de tudo um pouco, desde revisitações da tradição até propostas que vão para além dos confinamentos do jazz. No fim, o seu programador, Reiner Michalke, apresentou a demissão. Qual será o futuro deste festival com quase meio século de vida? Não se sabe…
E lá se cumpriu mais uma edição do “congresso dos improvisadores”, a sétima, com cerca de 90 participantes de 14 países. Com festa, bons concertos e o envolvimento da população numa iniciativa única no mundo que abala quem lá vai e muda a sua maneira de entender a música e até a vida. A jazz.pt esteve lá, ouviu, viu e usufruiu da muito particular experiência que é ir ao MIA. Aqui está a reportagem…
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