Espiritualidade, afetos e ideias
texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Paulo Pacheco
Poucos momentos são tão bons como os que nos levam até Guimarães em novembro, para a expedição invernosa de jazz. O pretexto é um contexto: a companhia e a concomitância. O festival de Guimarães leva 31 anos de celebração e divulgação e propõem-se a ser avaliado não apenas em função dos programas que apresenta em cada edição, mas também, e sobretudo, a partir do prisma da sua evolução no tempo. Eu diria que há ainda um terceiro eixo. O do que fez por um território – a cidade de Guimarães – e, num horizonte mais largo, pelo país. Há coisas que vimos acontecer, que seriam impensáveis há 31 anos: uma orquestra feita de jovens portugueses que mal cumpriram os 20 anos, com 1 contrabaixo, 1 vibrafone, 2 baterias, 2 guitarras, 2 pianos, 3 trombones, 3 vozes, 4 saxofones, 4 trompetes a tocarem sem medo e com autoridade, era irrealizável (até inimaginável). A cultura há 30 anos não era muito diferente da que Eça de Queiroz descreveu um século antes: chegava de Paris no paquete. Hoje ouvimos isso e muito mais no palco grande do magnífico Centro Cultural Vila Flor.
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