19 de Setembro de 2023

Jazz no parque

texto: Nuno Catarino / fotografia: © PSML / Atelier Obscura

Depois de uma primeira edição bem-sucedida, o Jazz em Monserrate prometia um programa ambicioso para esta edição de 2023, com um leque amplo de propostas de música portuguesa. Infelizmente a chuva obrigou ao cancelamento de boa parte dos eventos programados, mas ainda tivemos oportunidade de ouvir dois bons concertos.

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17 de Setembro de 2023

Ir ver ou ir ouvir Woody Allen?

texto: Gonçalo Falcão

Para quem foi ver o Woody Allen ao Campo Pequeno, creio que o concerto terá sido proveitoso: Ele veio e esteve lá, visível. Para quem o foi ouvir, foi custoso.

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22 de Agosto de 2023

Três dias de jazz junto ao castelo

texto: Nuno Catarino / fotografia: CM Palmela

A bonita vila de Palmela acolheu de 18 a 20 de agosto mais uma edição do seu ciclo anual de jazz, apresentando um programa dedicado a projetos nacionais. O festival contou com atuações de Sul, João Lencastre’s Communion, LUME, João Espadinha, Samuel Lercher Trio e Mad Nomad. A jazz.pt foi acompanhar este festival.

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15 de Agosto de 2023

Desconstrução e reconstrução

texto: Nuno Catarino / fotografia: Márcia Lessa

O ciclo Moazz surgiu em 2009 e realizou-se ao longo de três anos. Depois de um longo interregno, o ciclo regressou neste ano de 2023, levando quatro concertos de jazz ao Fundão. A jazz.pt assistiu à atuação do projeto Branco Toca Marco Paulo, que junta três músicos nacionais – Pedro Branco na guitarra, Carlos Barretto no contrabaixo e João Sousa na bateria – a trabalharem uma interpretação original da música do famoso crooner português.

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14 de Agosto de 2023

Na maior pista de dança do mundo

texto: Manuel Cabugueira / fotografia: DR / Cláudio Ivan Fernandes

«Super Bock Super Rock is where I'm meant to be»: o statement dos Ezra Collective trouxe um fundo de vida ao último dia do festival. O quinteto fez soar o lema “May the Funk Be With You” tornando o Meco na «maior pista de dança do mundo».

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8 de Agosto de 2023

Jornadas Musicais de Jazz*

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

39 anos é muito tempo. Mas a idade nem sempre significa que os festivais vão ficando melhor. Muitas vezes dá-se o oposto: à medida que se institucionalizam e que os seus orçamentos vão sendo alargados, vão sentindo maior necessidade de serem consensuais, agradar a vários públicos e programar música mais fácil. Quase quarentão, o Jazz em Agosto continua a ser um festival corajoso e a programar jazz de grande qualidade, mesmo quando não é o mais consensual.

2023 foi talvez das melhores edições dos últimos anos, com uma programação muito interessante, sem a obsessão dos “grandes nomes” e com um equilíbrio entre a América e a Europa, o expansivo e o introspetivo, o ritualista e o cerebral.

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7 de Agosto de 2023

Entre a África do Sul e a Noruega cabe um planeta: Jazz em Agosto 2023 (dia 11, parte 2)

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

A Supersonic Orchestra era um dos concertos mais aguardados desta edição. E ainda bem. São sinónimos de festa, de alegria, de estar-junto-com-amigos e de nos convidarem a estar juntos com eles. Três baterias, três contrabaixos e 11 metais em palco, uma big band preparada para ter uma massa rítmica e melódica igualmente poderosas. Tudo é ritmo e melodia em doses iguais.

Quando a Supersonic chegou ao palco sentiu-se que vinham felizes. Montaram-se muito juntos, como fazem habitualmente (como já reportámos de Ljubljana)

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7 de Agosto de 2023

Mãos oblíquas: Jazz em Agosto 2023 (dia 11, parte 1)

texto: António Branco / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Chegar à Fundação Calouste Gulbenkian nunca foi tão difícil: a juntar à temperatura infernal (não é trocadilho com a jornada religiosa então em curso), o caos nos transportes públicos e um incêndio nos arredores de Lisboa. Enfim, valeram-nos os jardins miraculosos (isto vai) e o facto de o concerto das 18h30 ter decorrido no climatizado Auditório 2, bem-vindos refrigérios para corpos e mentes.

A proposta era um solo de Camille Émaille, jovem percussionista francesa, uma «traficante de instrumentos», como acertadamente lhe chamou o programador Rui Neves, não apenas pela forma como aborda os instrumentos de percussão, digamos, convencionais, aditando-lhes toda uma constelação de novas possibilidades, mas também, e porventura sobretudo, pelo seu lado de inventora dos seus próprios instrumentos.

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7 de Agosto de 2023

A guitarra escorregadia de Halvorson: Jazz em Agosto 2023 (dia 10, parte 2)

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Mary Halvorson tem sido acarinhada pelo Jazz em Agosto e por isso temos tido a sua presença no palco do anfiteatro ao ar livre (como sidewoman e como líder) regularmente. Acompanhámos a sua carreira, até ao ponto de reconhecimento internacional que hoje tem.

 ouvimos o disco “Amayllis”, que justifica este concerto, editado pela major “Nonesuch” que não escapou aos primeiros lugares dos melhores do ano na jazz.pt.

O grupo que formou para tocar as suas composições adotou o mesmo nome e veio até Lisboa apresentar-nos música nova. Do LP original tocaram apenas o tema que o nomeia e retribuíram a consideração do festival, presenteando-nos com música inédita (e até uma estreia mundial, tocada no encore) 

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6 de Agosto de 2023

Seria um rag?: Jazz em Agosto 2023 (dia 10, parte 1)

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Quem é habitué do Jazz em Agosto sabe que os concertos da tarde são imperdíveis. Apesar de não tocarem no “palco principal” não são secundários, mas sim projetos de menor escala ou que têm um carácter mais intimista. O auditório 2 programa alguns dos concertos mais memoráveis das edições do Jazz em Agosto. 

Marta Warelis é polaca de nascimento, mas vive na Holanda desde 2010 e integra a cena da improvisação local. É uma presença regular na mítica Bimhuis que lhe atribuiu em 2017 uma “Carte Blanche” em reconhecimento do seu talento. E é disso que na realidade se trata. A confirmação de um grande talento.

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5 de Agosto de 2023

Quinteto estelar em águas mornas: Jazz em Agosto 2023 (dia 9)

texto: Nuno Catarino / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Para a abertura do seu segundo fim-de-semana de concertos, o festival Jazz em Agosto contou com uma formação allstar: liderado pela pianista norte-americana Myra Melford, o Fire & Water Quintet juntou no palco do anfiteatro ao ar livre da Gulbenkian a guitarrista Mary Halvorson, a saxofonista Ingrid Laubrock, a violoncelista Tomeka Reid e a baterista Lesley Mok. A atuação aqueceu, sem fervilhar.

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4 de Agosto de 2023

O fantasma de Donald Leslie, um cotovelo partido e drumming: Jazz em Agosto 2023 (dia 8)

texto: António Branco / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Já com a jornada papista enxameando a cidade, chega ao Jazz em Agosto o trio Ghosted, cuja prestação acalentava naturais expetativas: a um duo que bem conhecemos a fornecer combustível rítmico para os Fire! – o contrabaixista Johan Berthling e o baterista Andreas Werliin – junta-se Oren Ambarchi, guitarrista e explorador sonoro australiano, cujo percurso se tem feito principalmente a solo, mas também de colaborações com gente distinta como Jim O´Rourke, Keiji Haino ou o próprio Berthling no álbum “Tongue Tied”, de 2015, onde experimentaram com pulsações rítmicas invulgares e drones – na aceção musical, não os 19 que foram intercetados no dia do concerto entre a Nunciatura Apostólica e o Parque Eduardo VII, a pouco quarteirões de distância da Gulbenkian.

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4 de Agosto de 2023

A forca da inocência

texto: Hugo Pinto / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Apresentamos um texto de Hugo Pinto, que está dedicado à musica eletrónica; partilhou connosco uma leitura impressiva e emocional do concerto de Zoh Amba Trio no Jazz em Agosto.

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4 de Agosto de 2023

Um pulmão com uma pessoa à volta: Jazz em Agosto 2023 (dia 7)

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Quando chegou ao Jazz em Agosto Zoh Amba já tinha tocado com uma série de estrelas de topo do jazz americano (ex. John Zorn, Vijay Iyer, William Parker,) e gravado vários de discos.

As opiniões extremaram-se. A revista americana Downbeat colocou-a quase na categoria de fraude (“scrappy mix of whoops, wails and plaintive shouts to the universe”); mas a Jazziz diz que ela incorpora o espírito de Albert Ayler (não sei como é que se consegue ouvir isto na sua forma de tocar ou na sua música, mas adiante) e depois a crítica internacional cópi-paisste repete: 1. som térreo e natural por ter vindo do Tenesse (francamemte...!), 2. Albert Ayler, 3. muito nova.

A verdade é que Zoh Amba conseguiu entrar no radar do jazz internacional e a Fundação Gulbenkian quis programar um concerto de uma principiante: assim cada um ouve e vai pelos seus ouvidos. 

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2 de Agosto de 2023

Monólogos conversados a três: Jazz em Agosto 2023 (dia 6)

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Terça-feira era um dia difícil em Lisboa – dia 1 de Agosto, início do mês calmoso e dos dias turbosos da Jornada Mundial da Juventude, com meia cidade bloqueada. À hora certa ouvia-se claramente no Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Gulbenkian (no meio dos jardins, a muitos metros do passeio público) o ruído dos jovens que voltavam do Parque, em regozijo, entre apitos, buzinas e cânticos, como nas celebrações do Benfica. Mesmo nestas condições hostis o auditório esteve muito completo (aproximadamente 500 pessoas), o que é um claro sinal que o Jazz em Agosto se instituiu nas dinâmicas culturais dos lisboetas (e dos muitos estrangeiros que nos visitam para o festival ou que vivem cá).

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1 de Agosto de 2023

Quando o nosso mundo é o dos outros: Jazz em Agosto 2023 (dia 5)

texto: António Branco / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Foi num contexto de crescentes constrangimentos à circulação e de transportes públicos transformados em babel sobre rodas que se iniciou a semana útil do Jazz em Agosto 2023. 

O baterista João Lencastre regressou à Fundação Calouste Gulbenkian um ano depois de ter espantado com uma versão alargada para octeto da sua formação mais emblemática, Communion; desta feita trouxe um projeto distinto, com metade do efetivo, e no qual expande o seu lado criativo mais exploratório e imprevisível. Resultado de um percurso multímodo, Lencastre é um músico que se move com igual destreza em diferentes tabuleiros sonoros, e escutá-lo ao vivo é invariavelmente um deleite, e esta ocasião não foi exceção.

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1 de Agosto de 2023

Encaixe perfeito: Jazz em Agosto 2023 (dia 4, parte 2)

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

O concerto que Hedvig Mollestad apresentou na Gulbenkian resulta de uma peça criada em 2019 para o festival Vossajazz 2019. É uma mudança na carreira da guitarrista que sai do seu formato mais confortável – o power trio de guitarra, baixo e bateria – para um ensemble maior (originalmente um sexteto com dois teclados; no concerto da Gulbenkian foi só com um). O disco revelou música muito boa em que os seus bons riffs de guitarra se alargam para uma instrumentação maior, com o trompete a dobrar a guitarra e dois órgãos que mantém um sabor de rock progressivo, mas na verdade alargam imensamente a abstração da música. Estamos entre as fronteiras do rock progressivo, da fusão jazzrock mas num local novo, como riffs poderosíssimos, texturas rítmicas e sonoras ricas e linhas melódicas que se colam ao ouvido instantaneamente.

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31 de Julho de 2023

O devagar e o longe: Jazz em Agosto 2023 (dia 4, parte 1)

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

Diz que Deus descansou ao domingo, mas o preceito não se aplica ao jazz: dois concertos num só dia e quatro por fim-de-semana fazem mais pela alma que muito livro sagrado. Apesar dos enormes obstáculos que o estado laico nos colocou para escolher o ato litúrgico que nos convém, voltamos à mesma hora ao mesmo local para o sermão em guitarra elétrica de Julia Reidy. Fora dos muros da Fundação, a invasão papista já estava em marcha. Dentro, o mundo era ditosamente o habitual.

Não foi um concerto de jazz, nem de música experimental. Reidy entrou discretamente em palco e atirou-se à sua guitarra elétrica e pedais, antes que o público tivesse oportunidade de a receber com aplausos.

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31 de Julho de 2023

Um relógio parado está certo duas vezes por dia: Jazz em Agosto 2023 (dia 3, parte 2)

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

A música minimal foi inventada por Eric Satie (Vexations) mas foi na América que medrou com LaMonte Young e foi desenvolvida por uma série de outros músicos, alguns deles seus alunos: Tony Conrad, Terry Riley, Philip Glass, Steve Reich, Arnold Dreyblatt (este bebendo também de Harry Partch), John Adams, Meredith Monk e John Luther Adams (que regressa a Satie com a ideia de “música estática”). Na Europa Michael Nyman, Wim Mertens, Arco Pärt e Louis Andriessen.

Contaminou o Rock (desde logo por causa de John Cale que pertence ao Theatre of Eternal Music /The Dream Syndicate de Young) com os Velvet Underground, Mike Oldfield, Lou Reed (Metal Machine Music) ou Brian Eno (música ambiental), por exemplo. Mas não nos lembramos de muitos exemplos do uso dos princípios minimais no jazz. O que é estranho. Ou não...: o jazz tem uma forte componente rítmica que parece incompatível com o minimalismo. Ou não...

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30 de Julho de 2023

Esperar por nada é esperar?: Jazz em Agosto 2023 (dia 3, parte 1)

texto: Gonçalo Falcão / fotografia: Jazz em Agosto – Vera Marmelo

O terceiro dia do festival tinha dois concertos, o primeiro era um solo de Susana Santos Silva. A trompetista portuguesa está num momento cimeiro da sua carreira e creio não ser exagero dizer que é atualmente o músico português com uma notoriedade internacional maior, convidada para variadíssimos grupos e projetos por tudo o mundo, muito relevantes.

Paralelamente tem construído um percurso a solo que pontua ou assinala momentos e lugares do seu percurso (musical e pessoal).

O solo no Jazz em Agosto foi dividido em cinco partes com igual número de processos diferentes, com as mudanças claramente assinaladas por cinco vídeos diferentes a preto e branco. O Auditório 2 estava cheio.

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Agenda

23 Setembro

Quarteto de Desidério Lázaro

Jardim Botânico - Lisboa

23 Setembro

Oblíquo Trio

Jardim Luís Ferreira - Lisboa

23 Setembro

Bernardo Tinoco / João Carreiro / António Carvalho “Mesmer”

Jardim da Estrela - Lisboa

23 Setembro

Ana Luísa Marques “Conta”

Porta-Jazz - Porto

23 Setembro

Igor C. Silva, João M. Braga Simões e José Soares

Arquipelago – Centro de Artes Contemporâneas - Ribeira Grande

23 Setembro

Rodrigo Santos / Pedro Lopes

Jardim Luís Ferreira - Lisboa

23 Setembro

Al-Jiçç

Centro Cultural da Malaposta - Odivelas

23 Setembro

José Lencastre, João Hasselberg, João Carreiro e Kresten Osgood

Cossoul - Lisboa

23 Setembro

Ricardo Jacinto "Atraso"

Centro Cultural de Belém - Lisboa

23 Setembro

Tcheka & Mário Laginha

Teatro Municipal Joaquim Benite - Almada

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