4,ª Bienal Jorge Lima Barreto
“A lesma é a mesma?”
Vinhais vai receber novamente a Bienal Jorge Lima Barreto, uma iniciativa da Câmara Municipal com a programação de Vítor Rua, companheiro de sempre do inesquecível músico e musicólogo. Trás-os-Montes recebe durante 3 dias uma série de convidados que de algum modo orbitavam nas relações e referências do músico e musicólogo que criam razões alternativas para ir à capital do fumeiro.
Em boa hora decidiu a Câmara de Vinhais usar a memória de Jorge Lima Barreto, filho da vila raiana, para promover um ciclo de conferências, concertos e atividades. Vinhais tem um parque biológico maravilhoso, comida de excelência, fumeiro e uma vida lenta que convidam à visita. Tem a bienal Jorge Lima Barreto, um evento cultural que leva ao interior transmontano músicos, performers, atores e um evento singular, como a figura que o motivou. Este ano sem músicos internacionais e numa versão reduzida a dois dias, 15 e 16 de Julho, as atividades começam às 15h e acabam à meia noite.
Começam a 15, sexta-feira, com uma conferência de Vítor Rua sobre a própria bienal. Depois inaugurar-se-á uma instalação de Ilda Teresa Castro, atual companheira de Rua e da nova encarnação dos Telectu e outra de Catarina Leitão. A partir das 21h30 três concertos no bom auditória da Câmara Municipal: o primeiro com António Olaio, performer e músico que ficou conhecido com os Repórter Estrábico, vem apresentar o seu novo disco editado pela Lux Records, a editora independente de Coimbra fundada por Rui Ferreira. O disco chama-se “Anywhere Else” e contou com a colaboração de Vitor Torpedo (Tédio Boys, Parkinsons) e também de Vítor Rua.
Depois Joana Gama, uma especialista na música de Satie que também já interpretou composições de Vítor Rua e por fim Rita Braga, que também tem um disco recente “Time Warp Blues” onde a eletrónica e a voz desempenham um papel fundamental. Um projeto de canções feitas com meios mínimos, one woman show (teclado, ukelele, voz, caixa de ritmos) mais perto da música pop alternativa.
O segundo dia do fim de semana, 16, sábado, começará às 15h com um workshop de Vítor Rua com músicos locais. Às 17h será exibido um filme sobre Jorge Lima Barreto que contará com a presença dos realizadores.
A noite terá novamente dose tripla de concertos. O primeiro contará com David Maranha e a sua mulher Patrícia Machás. O duo disseca um universo instrumental amplo (voz, bandolim, percussões, acordeão, marimba, violino, guitarra) numa música que explora os sons em construções abstratas.
De seguida será o regresso do pianista Manuel Guimarães e do diseur/ator Luís Lima Barreto, irmão de Jorge e fundador da extinta companhia de teatro Cornucópia. Este espetáculo arrisca tornar-se um ex-libris desta bienal, com Luís a dizer magnificamente textos escolhidos por si e Manuel Guimarães no piano a acompanhar, interferir e completar.
Para fechar o festival subirá ao palco Vítor Rua com os músicos locais que participaram no workshop desse dia para apresentar o resultado do trabalho dessas horas.