Traços de quem correu riscos: Jazz em Agosto 2023
Frank Lowe, numa conversa com Brian Morton, disse que gostava do saxofonista Chu Berry (1908-1941), famoso nos anos 30 do século passado, porque ele tocava uma coisa e depois tocava-a outra vez... só que melhor. E isso – disse Lowe – é a essência da improvisação: «Everyone thinks you play something new every time, but that isn’t it. You play the same things. You just dig deeper into them. That’s what Coltrane did. He must have played ‘My Favorite Things’ 500 times (…) and them he played it again, only better, or deeper…» O Jazz em Agosto deste ano é sobre isto: tocar outra vez, melhor e mais profundamente. É um regresso à essência da música, ao momento inaugural. Às primeiras músicas surgidas no Pleistoceno, que eram seguramente improvisadas, e onde a repetição era o que distinguia o que eram sons e o que era música. A jazz.pt leva-o até lá.