Nico Gori & Fred Hersh: “Da Vinci” (BeeJazz)
Não tenho nada contra as melodias, muito pelo contrário. Acho-as admiráveis quando são belas e os italianos sempre souberam construí-las. Não acho que este seja o caso. Aqui as melodias são chatas, afectadas, cheias de pianices aborrecidas que cheiram a “lobby” de hotel (Fred Hersh? Pois, Fred Hersh…).
Os temas são uma procura atrapalhada de modinhas, tangos e outras formas dançáveis. Nico Gori é delicado, doce, irritantemente correcto. Parece que o vemos a sorrir e a cumprimentar-nos com o clarinete enquanto passamos: este é um jazz ambientador, que enche o ar com cheiros florais que vêm de fábrica.
Gori é florentino e vem da linhagem de Bollani e do jazz pós-Berlusconi: doce, bonito, agradável e estiloso, bom para agradar a gregos e a troianos como música de fundo.