Creed Taylor (1929-2022)
Os produtores das editoras de jazz fazem avançar a música. É o ouvido particularmente atento, informado e visionário dos grandes produtores das editoras, que acreditam nas novidades trazidas pelos músicos, que fazem avançar a música. Quando pensamos nas labels históricas de jazz, pensamos na Blue Note, Impulse!, Atlantic, Columbia, Verve. São as que perceberam e acreditaram - antes do tempo - nas mudanças.
As grandes editoras de jazz - e vêmo-lo ainda hoje - criam mais do que um suporte para a música: fabricam uma imagem para que a enquadremos mentalmente.
Durante 60 anos, Creed Taylor foi a cara da Impulse! e o responsável por uma editora que abriu novas portas para o jazz que se fazia. Quando vemos a lombada cor de laranja da Impulse! sabemos que 8 em cada 10 discos são investimentos seguros.
"The Blues and the Abstract Truth" de Oliver Nelson e "Out of the Cool" de Gil Evans foram o primeiro aviso em 1961; veio depois o jazz espiritual dos Coltrane e de Pharoah Sanders, os incendiários de Archie Sheep ou de Alber Ayler e, mais recentemente, o de Shabaka Hutchings e dos Sons of Kemet.
Morreu ontem com 93 anos e uma vida cheia de música.
Nem só de músicos se faz o jazz e sem pessoas como Creed Taylor o nosso mundo seria provavelmente mais pobre.