Terri Lyne Carrington: música com causas
No dia 16 de setembro, a baterista, artista interdisciplinar, ativista e educadora Terri Lyne Carrington lançará “New Standards vol. 1”, com chancela da relançada editora Candid Records. Carrington tem vindo na última década a trabalhar incansavelmente para defender a inclusão e elevar a voz de mulheres, pessoas trans e não-binárias no tão patriarcal mundo do jazz.
Neste seu novo álbum, Carrington é acompanhada por um grupo de gente ilustre como a pianista Kris Davis, a contrabaixista Linda May Han Oh, o trompetista Nicholas Payton e o guitarrista e coprodutor Matthew Stevens. O rol de convidados especiais também impressiona: Ambrose Akinmusire, Melanie Charles, Ravi Coltrane, Val Jeanty, Samara Joy, Julian Lage, Michael Mayo, Elena Pinderhughes, Dianne Reeves, Negah Santos e Somi. Entre as peças gravadas destacam-se “Respected Destroyer”, da harpista Brandee Younger, “Ima”, da clarinetista Anat Cohen, “Throw It Away”, da cantora Abbey Lincoln, assim como peças da autoria de Gretchen Parlato, Carla Bley, entre outras. “New Standards vol. 1” surge três anos depois de "Waiting Game", com o grupo Social Science.
A acompanhar a edição do disco será também publicado por Hal Leonard, a 15 de setembro, o livro de partituras “New Standards: 101 Lead Sheets By Women Composers”. Com curadoria de Carrington, o volume apresenta 101 composições de uma notável variedade de compositoras reconhecidas, jovens visionárias e quase desconhecidas do jazz: Mary Lou Williams, Alice Coltrane, Esperanza Spalding, Geri Allen, Maria Schneider, Cécile McLorin Salvant, Cassandra Wilson, Dianne Reeves, Dorothy Ashby, Nubya Garcia, Nicole Mitchell e a portuguesa Sara Serpa, para apenas mencionar algumas. O livro inclui uma peça de 1922 da influente Lil Hardin Armstrong e músicas escritas em 2021 por artistas emergentes do Berklee Institute of Jazz and Gender Justice, que Carrington fundou em 2018.
Diz Carrington: «Este esforço serve em parte como o tipo de trabalho corretivo que precisa de ser feito para garantir que as vozes das mulheres criadoras e pensadoras intelectuais no jazz sejam amplificadas, bem como para garantir que elas – nós – não sejam deixadas para serem invisíveis no futuro.»
Após o lançamento do álbum e do livro em setembro, o Carr Center de Detroit sediará “New Standards”, como a primeira parte da próxima exposição “Shifting the Narrative: Jazz and Gender Justice”, que estará patente de 13 de outubro a 27 de novembro. A iniciativa incluirá performances ao vivo, painéis de discussão, uma exposição de fotografia, material de arquivo e obras de arte criadas por muitos artistas de jazz contemporâneos sobre o tema dos “New Standards”, bem como as outras três secções da instalação: “The Female and Non-binary Gaze”, “Invisible Labor” e “Geri Allen and Mary Lou Williams In Conversation”. Tudo está a ser projetado de forma a envolver os moradores e estudantes de Detroit e arredores.
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