Pedro Melo Alves antecipa encontro com Rafael Toral na ZDB
Baterista, compositor e improvisador, Pedro Melo Alves encontra-se a promover o ciclo Conundrum na Galeria ZDB. O ciclo nasceu no final de 2019, promovendo encontros do baterista com diversos músicos convidados. Desde o início deste ano o ciclo Conundrum passou a ter como palco fixo a Galeria Zé dos Bois (ZDB), em Lisboa, onde Melo Alves se já apresentou em duo com João Barradas (14 de janeiro) e irá atuar com Rafael Toral (4 de março) e Carlos Barretto (13 de maio). Numa declaração exclusiva, Pedro Melo Alves relata a sua experiência com o ciclo e antecipa o encontro com Rafael Toral.
«Estas sessões do ciclo Conundrum, antes sem estarem a ser acolhidas por um só local, foram o catalisador de importantes descobertas musicais e pessoais. Foi através delas que muitos dos capítulos musicais actuais surgiram, como é o caso das colaborações recorrentes com grandes amigos, como a Mariana Dionísio, João Carlos Pinto ou Pedro Branco, bem como bandas que eu adoro, como o trio com o Ricardo Jacinto e Joana Guerra. Nelas, pelo carácter obrigatoriamente imprevisível do primeiro encontro, agucei o espírito de escuta profundo bem como a abertura para qualquer possibilidade de desenvolvimento, sem expectativas nem vontade de impor as minhas visões. Eu aqui queria risco, sem rede de segurança. E por isso senti inúmeros espaços timbricos e emocionais, e a relação íntima entre eles, a serem abertos. Já nesta versão do ciclo, acolhida pela Galeria Zé dos Bois, o encontro com o João Barradas foi um excelente exemplo da frescura, leveza e organicidade de fluxo que me levaram a reiniciar o Conundrum. Há qualquer coisa especial no facto de se cristalizar as expectativas e possibilidades de um primeiro encontro até à solenidade do palco, com o público a presenciar connosco o desabrochar dessa fragilidade de dois universos humanos. Qualquer coisa que os projetos compostos, maturados e preparados ao detalhe mais dificilmente me dão. Agora, prestes a encontrar-me com o Rafael Toral, apesar de lhe conhecer e admirar o trabalho, adoro o quanto não sei o que vai acontecer - e o quanto mantenho possibilidades em aberto, com espaço para talvez me reinventar. Sei que vai ser um prazer conhecê-lo em palco e descobrir os nossos pontos de faísca mútua. Sei que me vou encontrar com um gigante que muito pensou e refinou a sua arte e que vou aprender com essa sabedoria. Sei que nada do que eu possa preparar pode antever a música que daqui vá resultar. E era exactamente isso que procurava com este Conundrum.»