CARA/OJM disponibiliza em streaming o catálogo da TOAP
A Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM), através do Centro de Alto Rendimento Artístico (CARA), disponibiliza online todo o catálogo da saudosa Tone of a Pitch (TOAP), editora criada pelo guitarrista e compositor André Fernandes (na foto), na companhia do contrabaixista Nelson Cascais e de Alexandre Fernandes, responsável pela componente gráfica. Entre 2001 e 2014, a TOAP lançou cerca de sete dezenas de discos, um valioso legado que contribuiu de modo muito relevante para documentar a exponencial evolução do jazz português no século XXI. O catálogo da editora está agora disponível gratuitamente em streaming através de uma página na internet.
A associação da OJM à TOAP remonta a 2010, altura em que pareceu mais interessante à orquestra associar-se a uma editora já existente do que criar uma de raiz, surgindo assim a TOAP/OJM: são desta fase registos como “Devil’s Dress”, a estreia de Susana Santos Silva, “Bela Senão Sem”, de João Paulo Esteves da Silva com a OJM, e “Motor”, de André Fernandes. Pedro Guedes, diretor da OJM, explica que «volvidos estes anos, e olhando para este espólio notável que retrata uma fase importantíssima da evolução do jazz em Portugal, tínhamos de torná-la acessível.»
A TOAP deu-se a conhecer através de discos como “O Osso”, de André Fernandes, e “Ciclope” de Nelson Cascais. Outros músicos fundamentais do jazz nacional, como os pianistas Mário Laginha, Bernardo Sassetti e João Paulo Esteves da Silva, e o saxofonista Jorge Reis, editaram pelo selo. As experiências e os intercâmbios com músicos nova-iorquinos conduziram a que músicos reputados como David Binney, Ben Monder, Matt e Akiko Pavolka, Dan Weiss, Matt Renzi, Jacob Sacks e Bill McHenry, constassem em edições da TOAP. O catálogo da TOAP, agora disponibilizado online, é a quarta edição do CARA/OJM.
É Mário Laginha quem salienta «o papel de uma editora independente chamada TOAP, criada por um músico brilhante, inconformado, empreendedor e persistente: André Fernandes. Quando, daqui a uns anos, se quiser falar desta geração e, ainda mais importante, se quiser ouvir o que ela fez, isso será possível graças à TOAP. Para músicos e amantes de jazz, este não é um pequeno legado.»