Sylvie Ferreira: um nome a decorar
E aqui está mais um nome da diáspora portuguesa do jazz no mundo: Sylvie Ferreira, ou mais exactamente Sílvia Ribeiro Ferreira, lusodescendente de nacionalidade francesa, saxofonista e compositora que cada vez mais se vai dando a conhecer na cena do Hexágono. Com um álbum em nome próprio saído em 2018, “LuZiades” (Laborie Jazz), tem neste momento três projectos paralelos à espera de regressar aos palcos depois da crise do Covid-19: uma parceria com o tocador de khora Ablaye Cissoko, um solo com os seus saxofones tenor e barítono ligados a pedais de efeitos, “delay”, “wamy”, “looper” e bandas magnéticas e uma associação com o Lorenzo Naccarato Trio e o ilustrador Bruno Liance.
Inspirada em mulheres engajadas como Simone Veil e Josephine Baker, mas também no imaginário de Fernando Pessoa, a música de Sylvie navega entre o jazz, a improvisação livre e as músicas tradicionais, identificando-se não como «uma demanda de aventura, mas um estado de vida, uma forma de ser, uma respiração interior», com o propósito de «assinar a existência de um “eu” e de um “outro”, uma assinatura efémera que deixa cada página aberta ao próximo encontro». “Alma Branca”, o conceito que partilha com Naccarato e Liance, vai estar em residência artística no Centre Culturel Jean-Gagnant, em Limoges, à distância confortável – relativamente à presente pandemia – dos meses de Janeiro e Fevereiro de 2021. Podem ouvi-la aqui: https://www.youtube.com/watch?v=vi1tC3RH_NA