Joe Lovano vem anunciar o Outono ao Porto
Está aí à porta o segundo festival anual de jazz da portuense Casa da Música. O Outono em Jazz realizar-se-á de 13 a 19 de Outubro, com um cartaz que abarca, «sem qualquer dogma», segundo a organização, as mais díspares tendências do jazz actual. A abertura faz-se em grande, dia 13, com o quinteto de Chucho Valdez e Joe Lovano, juntando uma das figuras-chave do presente jazz afro-cubano e um saxofonista que é já uma lenda do tenor a uma secção rítmica originária de Cuba.
No dia 15, vez para dois solos, um do pianista suíço-tunisiano Moncef Genoud, conhecido pelos arranjos inventivos que faz de velhos “standards” do cancioneiro norte-americano e de temas pop, dando muito espaço à improvisação, e o outro da moçambicana, mas residente em Lisboa, Selma Uamusse, que recentemente ouvimos a interpretar Nina Simone.
A 17, teremos mais um “double bill”, primeiro com o grupo turco de free jazz psicadélico Konstrukt, tendo o português Rodrigo Amado como convidado especial, e depois cm os nórdicos Angles 8 de Martin Kuchen, ensemble que aplica as assumidas influências orquestrais de Charles Mingus e Carla Bley, juntando-lhes elementos recuperados dos folclores sueco e balcânico e também da música da África Ocidental.
No dia 18 de Outubro, o disco “Mar Afora” de Maria João e de um dos grandes nomes da música popular brasileira, Guinga, terá a sua muito esperada apresentação, seguindo-se o quinteto do bandoneonista Dino Saluzzi, com uma música que junta ao jazz as cores de estilos argentinos como o tango, a xamba, o carnavalito, a chacarera e a milonga, podendo pelo meio aparecer alguma coisa tirada a… Mozart.
O fecho faz-se, a 19, com o guitarrista virtuoso brasileiro Alessandro Penezzi, este para o efeito trazendo um repertório que vai buscar motes ao choro, ao flamenco e à música clássica, e com um muito invulgar trio de piano jazz proveniente da Galiza, Sumrrá, capaz de aliar lirismo e “swing” a formas abertas e improvisações livres.