SpringON vai ser em Maio
A Casa da Música (Porto) promove de 6 a 8 de Maio mais uma edição do SpringOn, ciclo dedicado a mostrar o que está a fazer a mais jovem geração do jazz europeu. À semelhança de edições anteriores, cada dia combina um grupo português com outro de um país comunitário da Europa.
A abertura faz-se, a 6, com o portuense The Rite of Trio, formado por André Bastos Silva (guitarra eléctrica), Filipe Louro (contrabaixo) e Pedro Melo Alves (bateria), numa combinação de jazz e rock a que o grupo chama “jambacore” e que teve disco recentemente editado pela Porta-Jazz, “Getting All the Evil from the Piston Collar!”. Seguem-se, no mesmo dia, os luxemburgueses Pol Belardi’s Force com o seu “jazz moderno” (é assim mesmo que o caracterizam) que inclui contribuições tanto do hip-hop e do drum ‘n’ bass como da música erudita. À frente tem o baixista eléctrico e compositor Pol Belardi. também com actividade como vibrafonista. Com ele estarão o saxofonista alto David Fettmann, o teclista Jerôme Klein e o baterista Niels Engel.
No segundo dia do evento apresentam-se os Slow is Possible, da Beira Interior, com o seu jazz cinematográfico e pós-moderno construído sobre composições de lento desenvolvimento em que as situações menos previsíveis vão surgindo, umas lembrando as bandas sonoras dos filmes policiais de série B, outras entrando pelos caminhos do jazz de câmara e outras ainda abeirando-se do noise. É a maior formação entre as seleccionadas, um septeto, com Patrick Ferreira e Bruno Figueira em, respectivamente, clarinete e saxofone alto, André Pontífice em violoncelo, João Clemente em guitarra eléctrica, Nuno Santos Dias em piano, Ricardo Sousa em contrabaixo e Duarte Fonseca em bateria.
Após intervalo toca, no mesmo dia 7, um grupo da Suécia, Circadia, se bem que integrando um contrabaixista canadiano, Joe Williamson, e um baterista australiano, Tony Buck (o mesmo dos originais The Necks), radicados no Velho Continente. Os suecos propriamente ditos são dois guitarristas de renome nos domínios da livre-improvisação e do jazz criativo, David Stackenas e Kim Myhr. Apresentam uma música que tanto pode soar abstracta, como abelhas a voar dentro de um recipiente de lata, ou seguir por parâmetros que nos remetem para a folk e para os blues, numa abordagem totalmente acústica.
O fecho faz-se a 8 com os portugueses Hitchpop e os franceses Chromb!. O primeiro é um trio constituído por dois dos mais distinguidos músicos da cena jazz do Porto, o saxofonista alto João Guimarães e o baterista Marcos Cavaleiro, ambos membros da Orquestra Jazz de Matosinhos, e por um baixista vindo do rock, Miguel Ramos (Mesa, Supernada, NACO). Tocada em jeito de “jam”, com destaque para a improvisação, a música do grupo tem um carácter de suspense narrativo que justifica o nome escolhido para o mesmo, o do realizador Alfred Hitchcock. Os Chromb! (foto acima), por sua vez, funcionam como se entre os Soft Machine e Melt Banana se tivesse traçado uma bissectriz, com passagem por John Zorn. Das combinações entre os saxofones e a electrónica de Antoine Mermet, os teclados de Camille Durieux, o baixo de Lucas Hercberg e a bateria de Léo Dumont surgem as mais incríveis explosões sonoras.