McPhee e Corsano: quatro concertos em Portugal
Participaram ambos num dos melhores discos de 2015, segundo uma boa parte das listas da crítica internacional, o “This is Our Language” do português Rodrigo Amado. E mantêm um duo com frequentes digressões e três álbuns publicados, o mais recente sendo “Dream Defenders”. Agora, Joe McPhee e Chris Corsano vêm a Portugal, para quatro concertos. O primeiro será a 10 de Fevereiro no Teatro Viriato, em Viseu. Depois, a 11, irão a Lisboa para uma actuação na ZDB. No dia seguinte estarão em Braga, a fim de tocarem na GNRation, e finalmente, a 13, poderemos ouvi-los no barreirense Be Jazz Café.
São duas gerações bem diferentes que se encontram nesta parceria. De um lado temos um saxofonista e trompetista histórico do free jazz (McPhee) cuja extrema flexibilidade já o levou a colaborações com Pauline Oliveros, a Nihilist Spasm Band e o colectivo Two Bands and a Legend (juntando The Thing e Cato Salsa Experience), respectivamente nos contextos da electroacústica, do noise e do rock. Do outro está um baterista que tanto tocou com Evan Parker, Paul Flaherty e Ken Vandermark como com a cantora pop Bjork, os neo-psicadélicos Sunburned Hand of Man e o inclassificável Jandek.
Os processos a utilizar serão os da improvisação, como vem sendo hábito, e a linguagem escolhida terá certamente o jazz como principal referente, mas é de esperar que todas as demais experiências dos dois músicos sobressaiam. Joe McPhee vem aplicando na música os princípios do pensamento lateral expostos por Edward de Bono no livro “Lateral Thinking: A Textbook of Creativity”, e Chris Corsano tem uma semelhante postura de transversalidade criativa, pelo que é de esperar tudo deles, menos o óbvio.