Gregory Porter em Portugal
Com um novo disco na bagagem, “Liquid Spirit”, o cantor Gregory Porter vai ter, em Outubro, duas aparições em Portugal. Uma em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, a 9, e a outra no Porto, a 11, na Casa da Música. Ainda pouco conhecido no nosso país, trata-se, no entanto, da nova coqueluche da prestigiada editora Blue Note e já por duas vezes foi nomeado para os Grammys.
No cruzamento do jazz com a soul, Porter assume por inteiro a abordagem “old school” da canção, seja utilizando repertório de sua própria autoria, como de “standards” e de temas de Abbey Lincoln ou Ransey Lewis. Do lado do jazz são claras as suas raízes no canto do swing e do be bop inicial, e no da soul vai beber influências no período áureo deste género, o dos anos 1970, reconhecendo-se-lhe referências em Marvin Gaye e Donny Hathaway.
Com uma magnífica voz barítono e uma propensão natural para o “swing”, com muito blues e gospel nos seus fraseados, Gregory Porter está a devolver ao jazz vocal o prestígio que este perdera nos últimos anos graças à profusão de talentos menores e focados no mero proveito comercial.
Ainda que sendo originário de Los Angeles, e que resida presentemente em Brooklyn, a sua arte é uma derivação do historicamente reconhecido estilo do Harlem, aquele mesmo que definiu a música e a lírica de dois dos seus heróis, Duke Ellington e Langston Hughes. A crítica aponta-o como o novo Joe Williams, o que quer dizer muito quanto à sua qualidade.
Dois concertos a não perder…