Sines em Jazz
Depois de ter atraído gente de vários pontos do País para o seu festival dedicado às “músicas do mundo”, Sines convoca agora os apreciadores do jazz para mais uma edição do seu Sines em Jazz. Todos de entrada livre, os 10 concertos programados terão lugar, como habitualmente, no Centro de Artes de Sines a 29, 30 e 31 de Agosto. Sempre a partir das 21h30 e em jeito de maratona, com três actuações em cada um dos dois primeiros dias e quatro no último. Cansativo? Não se preocupem: a praia está ali perto para, durante o dia, temperar a música com sol e mar…
O arranque do evento faz-se, a 29, com um músico da casa, o guitarrista Rui Vinagre e o seu projecto Trilhos. Logo de seguida apresenta-se o jazz mesclado de funk e soul do sexteto Funky Bones Factory e a noite tem o seu termo com uma formação de jazz-rock que muito tem dado que falar, Zorra. Pistas para quem ainda não ouviu: tem semelhanças com Tortoise, Jaga Jazzist e The Bad Plus.
A sessão seguinte inicia-se com a única intervenção não portuguesa do Sines em Jazz, assinada pelos noruegueses 1982. Trata-se de um trio com o violinista Nils Okland à cabeça, este também tocando a muita característica rabeca hardanger. Os outros instrumentos são um harmónio e uma bateria, numa abordagem próxima do chamado “som ECM”. Sobe depois ao palco o Carlos Martins Quarteto, um supergrupo em que, com o veterano mestre do sax tenor, encontramos nomes de topo da cena nacional como Mário Delgado, Carlos Barretto e Alexandre Frazão. Já a passar a dobra da meia-noite, vez para o jazz vocal de Kiko & The Jazz Refugees.
O derradeiro dia do festival ainda é mais variado. Começa com uma dupla luso-brasileira de instrumentação invulgar (acordeão e guitarra), João Frade & Munir Hossn, continua com o grupo do possante saxofonista barítono Rui Teixeira, ganha novo rumo com os electrónicos Ogre de Maria João, no qual encontramos um dos mais cativantes pianistas da actualidade, Júlio Resende, e tudo termina da melhor forma com o Coreto Porta-Jazz (foto de Susana Neves em cima), selecção em formato “big band” (11 elementos, oito dos quais nos sopros) de alguns dos melhores músicos em emergência no Porto.