Mariana Dionísio, 7 de Fevereiro de 2023

Mariana Dionísio

O novo ensemble vocal de Mariana Dionísio

texto: Nuno Catarino / fotografia: João Hasselberg

Mariana Dionísio é uma versátil cantora que tem explorado diversos universos musicais. Agora, a cantora acaba de formar um novo ensemble vocal, reunindo algumas das mais interessantes novas vozes nacionais: Leonor Arnaut, Beatriz Nunes, Filipa Franco, Nazaré da Silva, João Neves, Hugo Henriques e Diogo Ferreira. Em primeira mão, Mariana Dionísio apresenta-nos este novo ensemble.

Uma das mais ativas e criativas figuras da nova geração da cena nacional, Mariana Dionísio é uma versátil cantora que tem explorado diversos universos, da música contemporânea à música experimental, passando pelo jazz e pela improvisação livre. Numa entrevista recente à jazz.pt, Mariana Dionísio falou-nos sobre o seu percurso e os seu projetos.

Agora, Mariana Dionísio acaba de formar um novo projeto, um novo ensemble vocal que agrupa algumas das mais interessantes novas vozes nacionais, naquilo que será um verdadeiro grupo “all star”. A acompanhar Mariana Dionísio estão aqui quatro mulheres e três homens: Leonor Arnaut, Beatriz Nunes, Filipa Franco, Nazaré da Silva, João Neves, Hugo Henriques e Diogo Ferreira. Ainda sem nome, o grupo vai interpretar composições originais de Dionísio, que vai também fazer a direção. Nas palavras de Mariana Dionísio, este projeto surgiu «para testar as minhas primeiras experiências e organizar o repertório e estou muito contente com o que promete!»

Dionísio conta os seus propósitos: «Enquanto cantora, propus-me pensar alguns dos paradigmas que se formaram pilares idiomáticos desta formação. Foi questionado o papel do intérprete num grupo coral, repensado o estilo do repertório, técnicas de composição aplicadas e nomenclatura tradicional. É abraçada a improvisação como recurso fundamental e considerado o espaço acústico de apresentação ainda na conceção do repertório.»

Para tal, a mentora propôs-se trabalhar composição original: «A abordagem de composição para este grupo procurou potenciar a liberdade a serem tomadas decisões composicionais em tempo real que acomodem a resposta do próprio espaço acústico, a expressão individual e espontânea de cada músico e a direção harmónica e melódica que se vai proporcionando, tendo como objetivo muito marcado o de que cada peça contenha características muito singulares, que pelo seu caracter assertivo não sejam percecionadas como improvisações mas sim como peças específicas. A vantagem deste resultado é o melhor de dois mundos: o da improvisação e composição. Mantém-se o carácter espontâneo, único e irrepetível de um momento improvisado com a intenção e pertinência de uma peça previamente estruturada, criando idealmente um concerto com material sempre novo mas consistente.»

Continua Dionísio: «Pensei cada peça como a criação de um instrumento que, uma vez delimitados os seus possíveis recursos, estará disponível para ser usado por um improvisador. Assim, é meticulosamente desenhado o conjunto de premissas que delimitam os recursos de cada uma (espectro harmónico, tímbrico, textural, formal, entre outros...) e manipuladas através de gestos e sinais que lhes são específicos - como que uma improvisação num instrumento diferente, vivo, espontâneo e dialogante. A minha primeira proposta de repertório consiste na composição direcionada a espaços com reverberação. É contemplada a sobreposição de sons através deste fenómeno acústico e por isso, consoante a sua intensidade, a velocidade de execução das peças sofrerá alterações, prevendo assim a necessidade de acomodação a diferentes circunstâncias. Também a tonalidade da peça é passível de ser ajustada conforme o formante acústico da sala ou a nota que reverbera com mais intensidade.»

O grupo passou uma semana a trabalhar na Igreja Paroquial de São Francisco de Assis, em Lisboa, com o apoio da Junta de Freguesia da Penha de França, que cedeu o espaço. Durante essa semana o ensemble esteve a testar repertório e «experimentar coisas». «Neste momento estou a melhorar as peças e a preparar uma nova residência para montar o concerto.» 

Tendo em conta os nomes envolvidos e sua apresentação, a expectativa sobre este novo ensemble é desde já muito elevada. Ficamos a aguardar a sua apresentação pública.

Agenda

30 Março

Johannes Gammelgaard

Café Dias - Lisboa

30 Março

Pedro Branco e João Sousa “Old Mountain”

Miradouro de Baixo - Carpintarias de São Lázaro - Lisboa

30 Março

Marmota

Casa Cheia - Lisboa

30 Março

Filipe Raposo e Uriel Herman “Dois pianos, um universo”

Centro Cultural de Belém - Lisboa

30 Março

Inês Camacho

Cossoul - Lisboa

30 Março

Abyss Mirrors Unit

ZDB - Lisboa

30 Março

Daniel Levin, Hernâni Faustino e Rodrigo Pinheiro

Biblioteca Municipal do Barreiro - Barreiro

31 Março

Blind Dates

Porta-Jazz - Porto

01 Abril

Elas e o Jazz

Auditório Municipal de Alcácer do Sal - Alcácer do Sal

01 Abril

Ill Considered

Musicbox - Lisboa

Ver mais